terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Vestida para estar em casa

Sempre me lembro de ter a roupa de «trazer por casa» e a roupa «de sair». E penso que muitos de nós temos este hábito. Não sei se é a maioria mas quase todas as pessoas que conheço têm este hábito. O hábito em si não tem nada de mal, muito pelo contrário. A ideia é estarmos confortáveis em casa e não sujarmos nem estragarmos a roupa que usamos para sair, para que ela dure mais tempo. E todos aqueles que trabalham fora de casa sabem como é boa a sensação de chegar a casa, depois de um dia inteiro fora a trabalhar, e vestir aquela roupa velhinha e confortável ou até mesmo o pijama. E calçar umas pantufas.

Quando passei a trabalhar em casa, uma das primeiras coisas que pensei foi como iria ser bom não ter de me arranjar todos os dias e poder passar o dia com a tal roupa de «trazer por casa». E de facto, comecei a passar longas horas do meu dia, e por vezes o dia inteiro, de fato de treino, de pijama ou com uma roupa já muito usada. A princípio a sensação era boa mas com o passar do tempo começou a ter efeitos no meu estado de ânimo. Comecei a desleixar-me cada vez mais e a famosa auto-estima diminuiu consideravelmente. Muitas vezes evitava sair (quando sabia que a saída ia ser relativamente curta) para não ter o trabalho de mudar de roupa ou, quando tinha mesmo de sair, acabava por enfiar as primeiras calças de ganga e a primeira t-shirt que me aparecessem à frente, achando que não valia a pena muito mais pois não ia a nenhum lugar especial e em pouco tempo estaria de volta a casa, à roupa do costume.

Este assunto pode parecer pouco espiritual e é evidente que sabemos que a beleza interior é muito mais importante do que a beleza exterior mas nem eu quero ser demasiado espiritual (abordo todos os assuntos que me interessam, sejam eles mais sérios ou não) e nem vou negar que a roupa que vestimos tem o seu grau de importãncia. E todos nós sabemos isso. Mesmo aqueles que não ligam muito à moda nem passam horas às compras ou a escolher o que vão vestir, têm algum tipo de critério ao escolher a sua roupa. Ou, ainda que vistam a primeira coisa que lhes aparece à frente, passam sempre algum tipo de imagem aos outros. A roupa que vestimos revela muito daquilo que somos, é um facto. E a roupa que vestimos também influencia a forma como nos sentimos. Não, não se resume tudo à roupa, mas ela tem o seu papel nas nossas vidas.

E eu percebi que é importante para mim ter cuidado com aquilo que visto, mesmo estando em casa. Mesmo que eu não tenha de sair de casa, é importante eu estar bonita para a minha família (eles são quem mais merece) e é importante eu sentir-me bonita e feminina. E esta atitude tem feito muita diferença no meu dia-a-dia. Quando por vezes tenho a tentação de não me arranjar (hoje em dia já sucede muito pouco, a não ser que esteja doente), o dia já não me rende tanto e a minha disposição já não é a mesma.

Assim sendo, começo o meu dia com um duche e depois visto uma roupa bonita, feminina e confortável, penteio-me e ponho perfume e brincos. Não uso muitos enfeites mas quando saio à rua, posso pôr um colar ou umas pulseiras. Maquilhagem também não uso, não porque não goste, mas porque me faz alergia. Mas gosto de pôr um pouco de gloss. Ah, e não esquecer o calçado. Tenho sapatos para andar por casa mas não gosto de ficar de pantufas o dia todo. E estou pronta para começar o meu dia. Faz toda a diferença. É verdade que a roupa se gasta um pouco mais mas para a proteger, uso os aventais de que tanto gosto. E é perfeitamente possível fazermos as nossas tarefas domésticas com uma roupa bonita, com a qual podemos também sair à rua ou receber alguém que apareça de surpresa em nossa casa. Não ando todos os dias a esfregar o chão ou a esfregar paredes com lixívia mas, quando tenho de fazer esse tipo de tarefas, posso sempre trocar de roupa. Mas com uma roupa bonita e um avental posso cozinhar, lavar a loiça, passar a ferro, fazer camas, limpar o pó ou até aspirar.

Quase todas nós, mulheres, gostamos de nos sentir bonitas e femininas e não há razão alguma para não o fazermos quando estamos em casa. É o nosso local de trabalho, onde passamos a maior parte do nosso dia, e onde estão as pessoas que mais amamos.

Imagens retiradas do catálogo online da Venca


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